Tem dias que eu tento escapar, me proteger e me defender de mim mesma. Me defender dessa alma que não sossega, não se conforma e não se modera.
Moderação é para covardes, eu penso.
Às vezes pareço duas ou três ou mais.
Tem dias que sinto me afogar em tantas emoções. Inquietações, questionamentos e insatisfações. Minha cabeça não para. Nem por um segundo. E penso mais uma vez: E se eu fosse outra? Mais certa, mais suave?
Eu não poderia suportar.
Porque o que me mantêm viva é a sede inesgotável, a vontade, a busca que nunca cessa. E essa tal de vida ainda me desperta uma paixão insaciável. Sou gulosa, quero tudo e quero tanto. Por dentro eu incendeio.
Justo eu que nasci num signo de terra tenho a alma feita de fogo. E nas minhas veias não corre sangue, mas lava, como um vulcão.