Não por acaso fui nomeada Beatriz. Eu, que não passo de uma espécie de musa dantesca. Um tipo de Rita Hayworth piorada. E tenho o inexorável destino daquela do amor impossível; que só pode chegar ao paraíso depois de passar pelo inferno da paixão. Aquela que o Chico cantou e pediu para ser levado para sempre. Aquela que só pode ser amada por algo da ordem da ilusão. Porque para amar uma verdadeira Beatriz é necessário um desprendimento de alma. Um desprendimento que eles não conseguem ter. Porque querem tomar posse. E isso não é amor. E eu, que me apaixonei por Nabokov e Nelson Rodrigues antes dos 15, aos 31 ainda não aprendi a deixar me amar.
Eu, que sobrevivi aos 30, idade na qual Sylvia Plath deu fim à própria vida, e que para nunca me esquecer de mim, marquei as costelas com aquela citação. Aquela que diz sobre querer ser importante sendo diferente enquanto as outras são todas iguais. Como gado marcado a ferro e fogo. Porque tenho essa alma de bicho solto. Porque antes de ser sua, sou minha. Porque até hoje eu só sei a ser a mulher da minha vida. Porque assim como Tieta também não fui feita da costela de Adão.
Porque pode me ler e até me levar pra cama. Se apaixonar pela Bia. Mas para amar…amar uma Beatriz…amar uma Beatriz pede coragem. Coragem para amar só pelo amor e para ser o que se é. Porque é assim que ela é. E é assim que eu sou.
Ei Bia, parabéns, felicidades, e muitas alegrias surpreendentes hoje. Um dos princípios do fim de uma análise é descobrir que antes de ser de alguém… sou fundamentalmente de mim mesmo, porque somente eu sei a alegria e a tristeza de ser quem eu sou. As vezes o analista também pensa que sabe sem quase nada saber.
CurtirCurtir
Eu adorei tanto o comentário que demorei pra responder! “Sua presença” aqui foi um dos presentes de aniversário. Obrigada pelo comentário! E, acima de tudo, obrigada pelo apoio e por me ajudar em momentos de extrema fragilidade.
CurtirCurtir
Tu en cesitio. Estas
CurtirCurtido por 1 pessoa