Acabou. The end. Sem palavras, sem adeus. Mas eu sei que, desde a última vez, algo em mim morreu. Como facada a sangue-frio diretamente num ventre de mulher. Sei que da próxima vez em que estivermos juntos trocaremos olhos cheios de fogo e desejo por cordialismo e abraços frios. O ar me falta, o peito aperta, a boca seca. Como naquele dia que você me levou pra longe e minha única vontade era ser tua. Tua mulher, tua fêmea. E meu útero não parava de sangrar, como se antes da alma, o corpo já soubesse que eu iria sair dessa história despedaçada. História essa que, desde o início, sabíamos já premeditada ao fracasso. Mesmo que, de qualquer maneira, eu ainda esteja intensamente ligada a você e que minha carne ainda tenha marcas desse nosso amor. Agora, mais uma vez, estou só. Perdida, largada, jogada às traças. Entregue ao meu próprio desespero, com as veias do coração dilaceradas. De volta às antigas cicatrizes que ainda sangram e me ardem tão profundamente.
Bleeding I
It’s over. The end. No words or goodbyes. But I know, since our last time, something in me died. Like stab into the womb of any woman. I know the next time we’re together we’ll exchange our fire and desire eyes for polite and cold hugs. The air lack, chest tightens, dry mouth. Like that day you took me away and my only desire was to be yours. Your woman. And my uterus would not stop bleeding, as if before the soul, the body already knew that I would leave shattered. But we knew, from the beginning, that this affair would be a failure. Even if, anyway, I’m still strongly connected to you and my body has marks that our love. Now, again, I’m all alone. Lost, dropped, thrown to moths. On my own despair, with torn veins of my heart. Back to the old scars that still bleed and hurts me so deeply.