Ainda me recordo daquelas noites nas quais eu costumava me jogar no chão do quarto ouvindo “Atrás da porta” na versão de Elis: “até provar quinda sou tua”. Dizer que era dele era mais fácil do que assumir que nunca fui mais do que o vira-lata sem dono e tinha que dar conta sozinha. Como na história da “Dama e o Vagabundo”, só que nunca fui a dama. Quiçá apenas uma forma de me iludir, achando que eu tinha lugar no mundo só pra me afastar de mim e escapar dos becos sem saída da minha vida emocional e aceitar que talvez eu realmente prefira a crueza da solidão sem disfarces do que o vazio das relações em tempos líquidos. Porque a verdade é que busco esses pseudo romances pra me livrar do excesso de sentir e depois vejo que aquilo que eu tento chamar de amor é só um capricho, uma teimosia em tentar amar sem máscaras.
No tapete atrás da porta

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