Florescer

Sempre soube que esse amor tinha algo de ridículo. Como pode ela arder tanto e ele ser fraco para o sentir? Ela, pura desordem. Desejo até os poros, até as entranhas. Contramão. E ele mão única. Cinto de segurança. Ainda finge se sentir bem com o previsível. Ela quer derreter, se lambuzar. Come de colher, lambe os dedos e repete quando acaba. Ele quer mesa posta; garfo, faca e guardanapo de linho no colo. Ela, dá tudo de si: corpo, pele, alma. Lado A, B e avesso. Ele mantém distância até de si mesmo. Não consegue ir tão fundo. Ela cultiva para florescer. Ele murcha a cada dia.

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