Queria ser equilibrada. Um dia até tentei me encaixar no seu padrão perfeito da tradicional família mineira.
Controle. Medida.
É algo que não me cabe.
Intensidade. Engano.
Tão errada que até o relógio biológico veio com defeito de fábrica.
Eu ainda busco fogo. Incendeio a cada instante. Mas a humanidade parece apagada. Morna. Sem vida.
Enquanto eu queimo até o último fio de cabelo os outros nem fome têm.
Ainda se conformam com aquilo que podem chamar de “normal”.
Eles? Satisfação. Rotina. Padrão.
Eu? Desmedida. Insaciável.
Faminta.
De amor. De vida.
Sedenta.
De desejo.
Entrega de corpo.
Dilaceramento.
De alma.
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