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Para sempre
Noite de domingo, livros espalhados no chão e caneta no punho enquanto eu tento encontrar palavras para suprir essa falta que não sei ao certo de onde vem. Eu tento disfarçar mas é que lágrimas de dor não significam nada perto das angústias da alma. Meu estômago queima e lateja enquanto eu vomito palavras como se escrever pudesse me fazer digerir sentimentos indigestos. E eu vejo que já não me importo tanto assim com nós dois e que, mais uma vez, o problema nem é você. Sou eu. Eu quero mais do que isso. Eu que ainda estou procurando demais, desejando mais. Mas sabe, por algum momento eu achei que você poderia me encontrar. Me quietar, me fazer fixar raízes. Eu só não sabia ainda que para sempre, para sempre mesmo é só a minha vontade de ir embora. De viver, de me jogar, de me doar. Me dar para a vida. Me dar pro amor. Pro que me chama, pro que me inflama.
Avassalador
Chega de repente. Avassalador. A cabeça ferve e uma energia começa a possuir cada milímetro do meu corpo, enquanto o coração parece sair pela boca. Uma queimação percorre toda espinha e aí vem a necessidade de movimento, uma ânsia devoradora por liberdade e amor e uma força disposta a atropelar tudo que vem pela frente.
O corpo não deixa por menos: a pressão abaixa, as mãos transpiram os batimentos aceleram e os lábios tremem.
E aí eu faço uma pausa, respiro fundo e penso: “Take it easy, girl!. Isso tudo é só o que você tenta deixar sempre tão bem guardado aí dentro.”
Desobstrução
Por vezes me sinto fora do mundo. Enquanto eles se mostram tão contentes e realizados eu tenho uma melancolia quase intrínseca como se estivesse presa em uma espécie de Matrix.
Me perguntam porque escrevo. Eu escrevo porque sinto. Sinto demais, sempre. Escrever pra mim é vomitar, como colocar para fora aquilo que incomoda. É tentar desobstruir um canal entupido aqui dentro.
E aí me dizem que pareço de outro lugar, outro mundo, outra época. Talvez eu seja mesmo.