São Paulo é uma cidade de extremos. É glamour e miséria. É estar presa na própria liberdade. É se confundir e se resolver. É solidão e multidão. Solidão acompanhada e multidão solitária. É tão agitada e intensa que acalma. São Paulo é ser errada no lugar certo. É buscar além de si. É viver dentro e fora dos limites. É ter sonhos e viver frustrações. É jurar lealdade enquanto se sente traído. É ser mulher e menina. Menina como Lolita de Nabokov e mulher. Mulher da firma. Mulher de família e do baixo Augusta. Mulher que procura por algo quando passeia entre os bares da Vila Madalena e disposta a devorar o mundo enquanto anda apressadamente pela Paulista. É pressa de viver quando sobe as escadas do metrô. É caminhar entre o Paraíso e a Consolação. É possibilidade. É alagamento das ruas e transbordamento de alma. São Paulo é mulher que perde a linha enquanto vive dentro do contorno.