“Só sou louca por uma coisa, você.”, é o que leio nas páginas de Henry Miller, enquanto insiste em manter essa distância entre nós. Mas, nesses tempos, ninguém se entrega mesmo de verdade. As desvairadas como eu não podem amar. De repente o amor não passa de mais uma insensatez, uma tolice qualquer. Nada mais do que um jogo para dois no qual eu sempre perco enquanto todos eles teimam em se defender mesmo quando não há ataque. Mas não, a culpa não é deles. A culpa é minha. Só minha. Eu que carrego o fardo de sentir e querer demais ao invés de me conformar com esses tempos de fast food, amores instantâneos e desejos corriqueiros pautados em egos.
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Descompasso
O nosso desejo é pura chama acesa. Você Miller e eu Anais. Você filosofia, eu poesia. Eu sentimento, você pensamento. Você reflexão, eu sensação. Você me deixa mas eu te preciso. Daquele jeito, urgente e violento. E quando quero ir embora você me pede pra ficar, pra me acalmar. Você ponderado e eu descompassada. Eu, faminta desse amor e você sedento de desejo.