Em carne viva

Coração em carne viva. Não suporto mais essa força que me toma tal qual dinamite que não explode. Respiração ofegante e nervos à flor da pele. Me perdoem as heroínas, mas necessito da totalidade do “sexo frágil”. Quero só ser mulher.
Cansei de tantas máscaras. Prefiro dilacerar novamente o coração a amar com medida. Prefiro ser despedaçada a me deparar com o meio termo. Só aceito os extremos. Não tenho mais medo. Aceito cada ferida aberta, mas ainda imploro por menos beleza e mais alma. Menos ilusão e mais verdades rasgadas. Menos mostrar e mais sentir. Quero ímpeto. Instinto. Enquanto eu anseio por mais eles ainda estão pisando no freio. Não posso mais conviver com o desinteresse e automatismo. Com a frieza e as superfícies. Quero ir fundo. Tão fundo. Afogar. Viver. Transbordar.
Entre em contato pelas redes sociais ou envie uma mensagem pelo “Fale comigo“:
Instagram Facebook Twitter Pinterest- LinkedIn

Queria

Eu queria. Queria não pensar tanto, queria não pensar o tempo inteiro. Queria não ter lido tudo que eu li. Queria achar que as revistas Nova e Boa Forma tem alguma coisa útil para me ensinar. Queria achar que Sylvia Plath e outras desajustadas não sabiam tanto das coisas. Queria achar que o refrão da música Creep não diz tanto sobre mim. Queria ser menos. Queria ser menos inconformada. Menos apaixonada e menos angustiada. Queria acreditar menos no amor e desconfiar mais das pessoas. Queria ser menos crítica e ver menos nas entrelinhas. Queria não questionar tanto. Queria ser menos apaixonada pela arte e pelas ciências humanas. Queria mais. Mais matemática, ciência, escritório fechado e rotina. Mais acordar cedo e menos noites de insônia. Mais sossego e mais ignorância. Mais tom pastel e menos preto. Queria me sentir atraída por qualquer tipinho comum. Queria ser capaz de namorar só para não ficar sozinha. Queria sentir menos. Menos desejos. Queria amar menos, querer menos, comer menos e beber menos. Mas só consigo ser mais. Mais sangue correndo nas veias, mais coração palpitante, mais vermelho vivo, mais verdade, mais amor.

Breakaway

Ele apareceu de novo
Aquele vazio, velho conhecido
Você até tenta fingir que não está vendo
Vai ao cinema, lê um livro, encontra os amigos
Vai ao shopping, compra um sapato, compra uma roupa
Faz um curso, tenta coisas novas
E inventa até uma paixão para deixar as coisas mais divertidas
Tudo para tentar dar jeito nessa falta
E parecer que a vida segue o fluxo
Mas por mais que você tente
Que você queira pertencer
Você não sabe, você apenas sente
Que não cabe nesse lugar
 
X